Fonte: Site pinterest, (2022).
Oque é e Como funciona o sistema nervoso entérico (SNE)
O corpo humano é formado por inervações neurais que estão espalhadas por todo o corpo, essas estruturas possuem a função de propagar a informação de ações que estão prestes a serem executadas em cada área do organismo até o cérebro, por meio de impulsos nervosos.
No nosso intestino, além de estruturas responsáveis pela digestão e absorção de compostos nutricionais, encontra-se o sistema nervoso entérico, uma derivação do sistema nervoso periférico (SNP) que localiza-se em meio aos órgãos do trato gastrointestinal e
é formado por nervos sensoriais, neurônios motores sensoriais, plexo mientérico e plexo submucoso.
De acordo com SILVERTHORN, (2017), esse sistema possui uma organização própria, duas estruturas são responsáveis por levar informações e sinais do SNC para o sistema digestório, e vice-versa. Os neurotransmissores não adrenérgicos, não colinérgicos (NANC), as células gliais de sustentação e o centro integrador são responsáveis pela liberação de neurotransmissores e neuromoduladores que podem alterar as reações do cérebro e comportamento das estruturas.
Relação da microbiota intestinal e Sistema nervoso central
A microbiota intestinal possui uma relação direta com o sistema HPA (hipotalâmico pituitário adrenal), sua atividade é governada através da liberação do hormônio liberador de corticotropina e vasopressina na região do hipotálamo.
A liberação desses hormônios estimula a secreção do hormônio adrenocorticotrópico (ACTH) pela pituitária que, por sua vez, estimulam a secreção de glicocorticóides (hormônios esteróides que se ligam com o receptor de cortisol) pelo córtex adrenal, sendo este responsável por regulação do sistema hormonal frente a estímulos estressores por meio do SNC.
Os AGCC (Ácidos graxos de cadeia curta) inibem histona desacetilases, que são enzimas capazes de afetar sistemas de sinalização cerebral . A inibição do processo de desacetilização de histonas apresenta efeitos positivos em várias doenças do SNC, entre elas, esquizofrenia, trauma cerebral, demência, encefalite e melhora da função cognitiva.
Os GPCR (Receptores acoplados a proteína G) participam na conversão de sinais externos em sinais intracelulares e sua modulação regula a fisiopatologia de doenças neurodegenerativas.
Alimentos que influenciam na saúde da microbiota intestinal
MARTINS, (2015) associou que um consumo elevado de gorduras e açucares, como também uma menor ingesta de fibras alimentares, está ligado a inflamação do TGI (trato gastrointestinal), isso ocorre devido a redução de bactérias consideradas benéficas (Bifidobacterias) e aumento das bactérias gram-negativas na microbiota intestinal, acarretando alterações na permeabilidade do sistema.
Mais adiante, Martins e colaboradores, (2019), evidenciaram que mulheres eutróficas apresentam maior abundância de bactérias benéficas no microbioma (conjunto de bactérias) intestinal, quando comparadas a mulheres com obesidade e que uma intervenção dietética hipocalórica, caracteirzada por redução de 30% do valor energético total em relação ao gasto energético, é capaz de alterar a composição da microbiota intestinal de mulheres obesas, devido a redução do filo proteobacteria, que incluem uma grande variedade de agentes patogénicos.
A escolha de alimentos probióticos e prebióticos tem demonstrado grande influência na composição da microbiota, visto que além de fornecer alimento para as bactérias benéficas colonizadoras, também oferece uma maior quantidade desses microrganismos.
Alimentos como banana, maçã, aveia e outros grãos, leguminosas e o grupo das raízes e tubérculos possuem uma boa concentração de prebióticos, fibras que são fermentadas no intestino e servem de alimento para os colonizadores da microbiota.
O grupo dos derivados lácteos, iogurtes, queijos e outros são caracterizados como alimentos fonte de probióticos, microrganismos vivos de boa qualidade que garantirão uma maior concentração das bactérias boas, regulando o estado do microbioma trato gastrointestinal.
Malik et al. (2018), decidiu estudar a associação de doenças inflamatórias e microbioma intestinal em indivíduos. Foi objetivo do estudo, intervir em homens diagnosticados com doença arterial coronariana estável por meio da suplementação com Lactobacillus plantarum (Lp), onde buscou-se investigar se a suplementação oral de Lp por seis semanas traria melhora na função endotelial vascular e reduziria a inflamação sistêmica.
Os autores demonstraram que o probiótico utilizado proporcionou um aumento na produção de AGCC (ácidos graxos de cadeia curta), que exercem influências benéficas no controle de inflamações e prevenção de doenças intestinais diversas.
Referências:
MAYNARD, Dayanne; GOMES, Patrícia. Relação entre o hábito alimentar, consumo de probiótico e prebiótico no perfil da microbiota intestinal: Revisão integrativa. Research, Society and Development, Brasília - BR, v.9, n.8, p.1 - 17, julho, 2020. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/6101/5879. Acesso em: 23/05/2022.
SILVA, Julia; CAMPOS, Sarah; et al. Microbiota Intestinal e Sistema Nervoso Central: explorando o eixo cérebro e intestino. Revista Neurociências, Recife - PE, v. 30, p. 1 - 29, março, 2022. Disponível em: https://periodicos.unifesp.br/index.php/neurociencias/article/view/12129. Acesso em: 25/05/2022.
SILVA, Jessielly. Sistema nervoso entérico. Orientador: Dra. Temilce Simões de Assis Cantalice. 2017. p. 1 - 3. Consultoria Acadêmica - Ciências Farmacêuticas, Universidade Federal da Paraíba, Paraíba - BR, 2017.
Site pinterest, (2022). Disponível em: https://br.pinterest.com/pin/780882022868793421/. Acesso em: 23/05/2022.
VARGAS, Ana; ABREU, Julia; et al. Aspectos alimentares atuais e alteração da microbiota intestinal em indivíduos com obesidade. Brazilian Journal of Health Review, Curitiba - PR, v.4, n.2, p.5336-5352, março, 2021. Disponível em: https://www.brazilianjournals.com/index.php/BJHR/article/view/26284/20842. Acesso em: 25/05/2022.
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