Fonte: Site Pinterest, (2022).
História da creatina
A creatina foi descoberta em 1832, através de uma pesquisa realizada em tecido animal. O cientista francês Michel Eugene Chevreul em seu experimento, descobriu a existência de uma substância orgânica extraída da carne que foi denominada como creatina (Cr).
Em meados de 1880, foi observada a existência de creatinina (Crn) na urina o que levou diversos autores a questionarem a relação da creatina e a excreção dos compostos metabolizados pela urina.
Fiske & Subarrouw descobriram em 1927, a partir de pesquisas a forma fosforilada da creatina, chamada creatina-fosfato (CPr), tendo como principal produto para a formação da adenosina trifosfato (ATP) o fósforo, mineral essencial que se liga a outras moléculas glicolíticas para realizar a fosforilação e formar ATP, ao contrário da CPr que já se apresenta fosforilada (BRIOSCH, Fernanda Rodrigues e col., 2019).
Compreendendo a fisiologia da molécula
A creatina é uma amina nitrogenada, ou seja, uma base de aminoácidos com ligação nitrogenada, quimicamente é denominada ácido α – metil guanidino acético (BRIOSCH, Fernanda Rodrigues e col., 2019).
O fígado, os Rins e o Pâncreas realiza a síntese endógena desse composto a partir de três aminoácidos encontrados em proteínas de origem animal, sendo eles: glicina, arginina e metionina, ambos são encontrados em carne de aves ou de ruminantes, porém estudos em laboratório concluem que a carne suína apresenta a concentração mais elevada.
Nos rins é formado o guanidinoacetato e ornitina por meio da transferência do grupo amino da arginina para o da glicina, processo denominado transaminação. Posteriormente, no fígado, o guanidinoacetato é metilado pela S-Adenosil-Metionina pela ação da enzima guanidinoacetato N-metiltranferase dando origem a creatina, que será distribuída para os tecidos através do sangue (BRIOSCH, Fernanda Rodrigues e col., 2019).
Figura 1. Metabolismo da creatina até sua fosforilação
Fonte: (MARQUES, Eduardo Peil., p. 15., 2019)
benefícios e cuidados
A creatina se liga ao grupamento fosfato (creatina fosfato ou fosfocreatina), no músculo esquelético serve de reservatório de CPr que será utilizada para gerar energia quando necessário, por meio da doação de fosfato para adenosina disfosfato (ADP), esse processo otimiza a velocidade de formação do ATP garantindo mais disponibilidade energética (Da SILVA, Rafael Andrade, 2018)
De acordo com WILLIAMS et al. (1999) apud BUSO, Pedro Almeida, (2018) a suplementação de creatina fosfato está associada a benefícios no rendimento esportivo de atletas de alto rendimento. Principalmente nos exercícios de alta intensidade, promovendo diminuição e retardamento da fadiga muscular durante os treinamentos e possibilitando a realização das sessões de treinamento com intensidades mais elevadas.
Theodorou et al. (2017) realizou um experimento no Reino Unido, onde buscou investigar se a ingestão de creatina juntamente com carboidratos afetava a absorção e a retenção de creatina no corpo de 24 indivíduos saudáveis.
Os indivíduos foram divididos em 2 grupos A e B respectivamente, onde o grupo A recebeu uma ingestão de 5g e o grupo B 5g mais 93g de Carboidratos simples, ambos os grupos realizaram a suplementação 4 vezes ao dia durante 5 dias.
Foi observado mediante o estudo que o grupo B apresentou cerca de 60% a mais de concentração de fosfocreatina muscular comparado ao grupo A, de acordo com outros estudos associados, o carboidrato melhora a absorção da creatina pelo tecido muscular, promovendo uma maior biodisponibilidade no organismo.
De acordo com Gualano (2014,) alguns estudos apresentaram relatos sobre os efeitos nocivos a suplementação de Creatina, incluindo cãibras, disfunções renais e hepáticas, hipertermia e desidratação, porém esses estudos não possuem evidencias cientificas que sustentem essas informações.
O consumo de creatina aliado ao exercício físico é um importante protetor das reservas musculares, impedindo que ocorra o catabolismo muscular e auxiliando na garantia de tônus, força e resistência muscular, prevenindo possíveis lesões.
Porém seu consumo deve ser acompanhado por um profissional nutricionsta e um médico, essa substância administrada de forma irregular pode comprometer a excreção urinária, prejudicar funções hepáticas e promovendo aumento da pressão arterial, visto que a creatina aumenta a retenção de água dentro das moléculas celulares (intra-celular) e pode comprometer o equilíbrio osmótico do organismo.
Referências:
BUSO, Pedro Almeida. A Utilização de Suplementação de Creatina Por Atletas da Aman. Orientador: Cap ENG. JESSÉ BATISTA DA SILVA JUNIOR. 2018. p. 01 - 36. Trabalho de Conclusão de Curso - Bacharel em Ciências Militares, Academia Militar das Agulhas Negras, Resende - RJ, 2018. Disponível em: https://bdex.eb.mil.br/jspui/bitstream/123456789/4300/1/Monografia%20Buso%20UP%20PDF.pdf. Acesso em: 23/08/2022.
Fernanda Rodrigues BRIOSCH., HEMERLY, Hemily Marquezine., BINDACO, Érica Sartório. Efeitos Ergogênicos da Creatina. Conhecimento em Destaque - Revista Eletrônica. São Camilo - ES, v.8, n.19, p. 150 - 169, 2019. Disponível em: http://ead.soufabra.com.br/revista/index.php/cedfabra/article/view/178/174. Acesso em: 23/08/2022.
SILVA, Rafael Andrade da. Suplementação de Creatina no Esporte: Mecanismo de Ação, Recomendações e Consequências da Sua Utilização. Orientador: Prof.a MS. Michele Ferro de Amorim Cruz. 2018. p. 01 - 15. Monografia (Graduação) - Faculdade de Ciências da Educação e Saúde, Centro Universitário de Brasília, 2018. Disponível em:
https://repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/235/12608/1/21507299.pdf. Acesso em: 25/08/2022.
Site pinterest, (2022). Paola Machado - Conheça os melhores suplementos para os treinos de musculação. Disponível em: https://br.pinterest.com/pin/637822365977085176/. Acesso em: 23/08/2022.
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