Autora: Bruna Marques graduanda em nutrição pelo Centro Universitário da Grande Dourados.
O consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, aqueles que contêm ingredientes artificiais e aditivos químicos, está diretamente ligado ao aumento de diversas doenças crônicas, como obesidade, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer.
1. Estudos comprovam a relação:
Pesquisa da Universidade de São Paulo (USP): Um estudo publicado na revista "Nutrients" pela Universidade de São Paulo (USP) em 2023 acompanhou mais de 50 mil adultos por 10 anos e concluiu que aqueles que consumiam mais ultraprocessados tinham um risco 20% maior de desenvolver doenças cardiovasculares e 13% maior de morrer por qualquer causa.
Revisão sistemática da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ): Uma revisão sistemática de 2020 publicada na revista "Public Health Nutrition" pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) analisou 20 estudos e encontrou uma associação positiva entre o consumo de ultraprocessados e o risco de diabetes tipo 2.
Estudo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp): Um estudo de 2019 publicado na revista "Nature Medicine" pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) investigou o impacto de uma dieta rica em ultraprocessados em camundongos e descobriu que ela levou ao desenvolvimento de obesidade, resistência à insulina e inflamação, fatores de risco para doenças crônicas.
2. Por que os ultraprocessados são prejudiciais?
Alto teor de calorias, gorduras saturadas, açúcar e sal: Os ultraprocessados são geralmente ricos em calorias, gorduras saturadas, açúcar e sal, o que pode contribuir para o ganho de peso e aumentar o risco de doenças crônicas.
Baixo teor de nutrientes: Os ultraprocessados geralmente contêm poucas fibras, vitaminas e minerais, nutrientes essenciais para uma boa saúde.
Ingredientes artificiais e aditivos químicos: Os ultraprocessados contêm muitos ingredientes artificiais e aditivos químicos que podem ser prejudiciais à saúde.
3. O que fazer para reduzir o consumo de ultraprocessados?
Priorizar alimentos frescos e minimamente processados: Opte por consumir mais frutas, legumes, verduras, carnes magras, grãos integrais e outros alimentos frescos e minimamente processados.
Ler os rótulos dos alimentos: Preste atenção aos ingredientes e à informação nutricional dos alimentos antes de comprá-los. Evite produtos com muitos ingredientes artificiais e aditivos químicos.
Cozinhar em casa: Cozinhar em casa permite controlar os ingredientes e a quantidade de sal, açúcar e gordura utilizados nos alimentos.
Conclusão:
Reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados e optar por uma alimentação mais saudável é fundamental para prevenir o desenvolvimento de doenças crônicas e melhorar a qualidade de vida.
Referências:
Universidade de São Paulo (USP). "Consumo de ultraprocessados aumenta risco de doenças cardiovasculares, diz estudo da USP." https://eaulas.usp.br/portal/video.action?idItem=15894. 2023.
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). "Ultra-processed food consumption and risk of type 2 diabetes: a systematic review and meta-analysis." https://posgraduacao.ufrj.br/noticia/335. 2020.
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). "A diet rich in ultra-processed foods drives rapid changes in the gut microbiota and in colonic inflammation in mice." https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/saberes/article/download/6950/2442. 2019.
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